
30 de dez. de 2008
Dez resoluções para o Ano Novo

28 de dez. de 2008
War

24 de dez. de 2008
Feliz você para o Natal
21 de dez. de 2008
Nada se perde, tudo se transforma
Imagine ter que bancar o cineasta e refilmar, em apenas algumas horas e com sérias restrições orçamentárias, clássicos do cinema como Os Caça-Fantasmas, Robocop, Conduzindo Miss Daisy e 2001: uma odisséia no espaço. Tudo isso para não ver a sua querida videolocadora fechar as portas. Pois é. Essa é a missão (quase) impossível de Jerry (Jack Black) e Mike (Mos Def) no mais novo filme de Michel Gondry, Rebobine, por favor (no original, Be kind, rewind).
Apesar das dificuldades e trapalhadas, os dois fazem dinheiro com a brincadeira, tornam-se astros na vizinhança e ainda chamam a atenção dos grandes estúdios, que os acusam de pirataria. Mas sejamos gentis e rebobinemos um pouquinho o texto, para que o leitor entenda a estória – que começa quando o paranóico Jerry decide sabotar a usina elétrica da cidade por achar que ela está derretendo seu cérebro. O plano dá errado e ele é magnetizado. Assustado, vai procurar ajuda na decadente lojinha onde seu melhor amigo (Mike) trabalha e acaba destruindo acidentalmente todos os filmes disponíveis.
Para não perder os poucos clientes, a dupla resolve então suecar o acervo da locadora, ou seja, refazer cada filme a custo zero e da maneira mais tosca possível. E é aí que Gondry mais acerta. É divertidíssimo acompanhar a refilmagem – ou seria a recriação? – de cenas que ficaram na lembrança de todo cinéfilo. Os truques utilizados para fazer o fantasma aparecer/desaparecer, o homem flutuar na gravidade zero, o King Kong agarrar a mocinha indefesa – todos porcos e mágicos ao mesmo tempo. E o que dizer da pizza que se transforma em poça de sangue? Um tiro mais que certeiro.
Infelizmente, no entanto, Rebobine, por favor não é a obra-prima que eu gostaria que fosse. O roteiro apresenta os personagens meio atropeladamente, as situações iniciais ficam um tantinho atabalhoadas e o desenlace – embora bonito e emocionante – não desenlaça muita coisa. Resta a sensação de que o todo poderia ser melhor, mais redondo, de que o argumento inicial deveria ser mais burilado. De qualquer modo, vale o ingresso, vale a pipoca. Vale a singela homenagem ao cinema.
15 de dez. de 2008
Something to remember
8 de dez. de 2008
O time da virada
Quando os vascaínos levantamos a voz contra o racismo e fomos discriminados pelos "grandes" clubes do Rio de Janeiro, não cedemos à pressão de eliminar de nossa equipe negros, mulatos e operários – resistimos, vencemos e fomos campeões logo em nossa estréia na primeira divisão.
Quando inventaram que não podíamos jogar com os ricos porque não tínhamos um estádio, nos unimos e, em tempo recorde, sem um centavo sequer do governo, erguemos o maior estádio da América Latina na época – a Colina Histórica, São Januário.
Quando fomos para o vestiário do Palestra Itália perdendo por 3 a 0, para o Palmeiras, a final da Copa Mercosul, no ano 2000, todos diziam que seríamos vice-campeões outra vez – e então voltamos ao gramado e, em 45 minutos, protagonizamos a maior e mais espetacular vitória da história do futebol, aquele inesquecível e inacreditável 4 a 3.
Quando, em dezembro de 2008, fomos rebaixados para a Série B do Campeonato Brasileiro, cantamos e choramos de coração para todo o Brasil ver e ouvir. O árbitro apitou o fim da partida contra o Vitória (2 a 0 para eles) e, em vez de vaias ou xingamentos, entoamos nosso hino bem alto, numa demonstração de força e paixão jamais vistas. A virada começou ali.
4 de dez. de 2008
Simplesmente amor

28 de nov. de 2008
Olhos famintos

21 de nov. de 2008
Song of joy

16 de nov. de 2008
Mikareta
O que é Mika? As iniciais de outro mirabolante pacote financeiro para salvar a economia mundial? A senha de uma conta corrente que guarda milhões de dólares num banco da Suíça? O nome do mais recente projeto top secret da Agência Espacial Russa? O apelido carinhoso de algum cineasta finlandês que está bombando no Festival de Cinema de Bhrikdbtony? Ou será mais um código davinciano para desmascarar outra-das-maiores-mentiras-da-história-da-humanidade?
Nada disso. Mika é apenas a voz estridente do Barry Gibb (dos Bee Gees), o bigodão despudorado do Freddy Mercury, a ironia psicodélica dos Beatles, o brega-chique-chiclético do ABBA, as fantasias mais loucas e coloridas do Elton John. É a menina de vestido verde de "Grace Kelly", os bichinhos fofos, apaixonados e safadinhos de "Lollipop", as moças gordinhas, bonitas e felizes de "Big girl (you are beautiful)", o simpático pai de família de "Billy Brown", as mãozinhas voadoras e cantantes de "Happy ending".
É aquela música que ouvimos sorrindo quando estamos tristes e pulando quando estamos alegres. É a canção divertida, esperta, despretensiosa, cinematográfica. É o desenho animado que usa e abusa das cores, das formas, das imagens, dos sons, de todas as possibilidades de um mundo sem limites, regras ou chatonices.
É o Moulin Rouge sob a direção do Baz Luhrmann, é uma barra de chocolate Wonka com direito a ticket dourado, é o Tony Manero nos embalos de sábado à noite, é o Coringa pintando e bordando o sete em Gotham City, é o Ferris Bueller curtindo a vida adoidado em cima de um carro alegórico. Mika é simplesmente o pop.
9 de nov. de 2008
Capitão América

2 de nov. de 2008
Jogos mortais
27 de out. de 2008
Sonhos de uma summer night

20 de out. de 2008
O poeta do Ó

Ó! O fonema dos fonemas!
Ó! A letra das letras!
Ó! A palavra das palavras!
Ó... Ó!
Quem quiser saber um pouco mais sobre a obra desse gênio de todos os tempos, basta procurar na internet os seminais estudos realizados pelos professores doutores do Departamento de Letras Neogóticas da Universidade de Thywklwythghington, em Bhrikdbtony. Neles, é possível vislumbrar esse lastro de História, um tesouro de valor incalculável – que, por muito pouco, não foi eternamente soterrado por uma asquerosa política de interesses. Ó, poeta amado, salve, salve!
15 de out. de 2008
"E" de escola

12 de out. de 2008
Alô, criançada!
O vídeo acima e o post inteirinho são dedicados especialmente àqueles adultos bobos, feios, chatos e caras-de-mamão, que têm vergonha de ter gostado de tantas "coisas bobas" na infância, que se dizem "muito velhos" para se jogar numa piscina de bolinhas coloridas, que acham ridícula a idéia de comemorar o próximo aniversário numa casa de festas infantis, que não se lembram de um refrãozinho do Trem da Alegria (no caso da minha geração), que resolvem pegar um avião e visitar um monte de parques temáticos "só" por causa dos filhos, que não conseguem imaginar o que uma criança sente, mesmo que tenham sido crianças por tanto tempo.
A todos os Darth Vaders da vida, que perderam o que tinham de melhor e ficaram apenas com os restos-de-pessoa que precisam respirar artificialmente, que jogaram o espírito da meninice fora e vivem uma existência mutilada e no Lado Negro, eu só gostaria de lembrar: amadurecer é conservar a infância no melhor sentido. É guardar na sua caixa-forte – com cadeado, cerca elétrica e alarme antifurto – tudo que foi bom, tudo que você foi e viveu em cada momento de sua história.
Ser adulto não é deixar de ser criança. É tornar-se uma criança melhor, aperfeiçoada, uma pessoa feliz, aberta ao mundo, sem preconceitos, capaz de se surpreender e de criar. Esquecer o que vivemos, mesmo – ou principalmente – as tais "coisas bobas" da infância, é esquecer o que aprendemos. Se a cabeça pode um dia esquecer isto ou aquilo, o coração não pode – jamais.
5 de out. de 2008
Em busca do tempo – perdido?

Blueberry muffin
Ingredientes:
2 xícaras de farinha;
2 colheres de chá de fermento;
3/4 de xícara de açúcar;
1 xícara de creme de leite;
2 ovos;
1 colher de chá de raspas de casca de limão;
1/3 de xícara de óleo;
1 ¼ de xícara de blueberries.
Como fazer:
Preaqueça o forno em 180 graus. Peneire a farinha com o fermento numa tigela. Adicione o açúcar e mexa para misturar. Noutra tigela, combine o creme, os ovos, as raspinhas de limão e o óleo. Misture bem e despeje na tigela de secos. Depois de mexer bem, com a mistura homogênea, coloque as blueberries na massa (agora sem mexer demais). Despeje a massa nas forminhas; a massa deve ficar a 2/3 da capacidade. Asse até os bolinhos dourarem levemente e passarem no teste do palito.
Bom apetite e boas lembranças!
29 de set. de 2008
21 de set. de 2008
Mire e veja
Eu podia falar muita coisa depois de ter visto o novo longa de Fernando Meirelles, Ensaio sobre a cegueira, baseado na obra homônima de José Saramago. Podia falar do filme em si: da câmera que exibe um foco incerto, dos enquadramentos assimétricos, da fotografia branca que nos mergulha num "mar de leite"; do modo preciso com que a edição apresenta os personagens e retrata a passagem do tempo; do ótimo elenco, que não nos deixa esquecer em nenhum momento que estamos apenas diante de pessoas e de seus extremos; da enorme fidelidade do roteiro aos fatos e ao espírito do livro.
Podia falar do tempo em que li o romance (quando ainda cursava a faculdade de Letras), de como achei aquela estória ironicamente tão visual, de como me deu vontade de filmá-la, se eu fosse um cineasta. Me lembro muito bem do dia em que terminei de ler o livro e comentei com os amigos mais próximos: "Nossa, se eu tivesse que escolher um romance pra adaptar pro cinema, seria esse!". Ainda cheguei a descrever como seria a última cena. (E não é que o Fernando a fez igualzinha?)
Também podia não falar nada disso e apenas reproduzir um certo poema de Augusto dos Anjos, intitulado "O morcego", que, sabe-se lá por quê, veio muito a calhar:
Meia-noite. Ao meu quarto me recolho.
Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede:
Na bruta ardência orgânica da sede,
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.
"Vou mandar levantar outra parede..."
– Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho
E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho,
Circularmente sobre a minha rede!
Pego de um pau. Esforços faço. Chego
A tocá-lo. Minh'alma se concentra.
Que ventre produziu tão feio parto?!
A Consciência Humana é este morcego!
Por mais que a gente faça, à noite, ele entra
Imperceptivelmente em nosso quarto!
Mas o que eu podia falar diante de um flagrante tão feliz, coisa de minuto e meio, que mostra a reação de Saramago ao ver o seu Ensaio na telona pela primeira vez, durante uma exibição em Lisboa? É ou não é ultra-emocionante?
14 de set. de 2008
Dancing days

E leve com você seu sonho mais louco...
Eu quero ver seu corpo – lindo, leve e solto!
A gente às vezes sente, sofre, dança sem querer dançar...
Na nossa festa, vale tudo – vale ser alguém como eu, como você!
Dance bem, dance mal, dance sem parar!
Dance bem, dance até sem saber dançar!
11 de set. de 2008
Direto da Caixa-Forte
Há exatos 21 anos – em 11 de setembro de 1987 –, era exibido nos Estados Unidos o episódio-piloto de uma das séries de animação mais bem-sucedidas dos estúdios Disney: Ducktales (que, no Brasil, ainda receberia o subtítulo "os caçadores de aventuras"). O desenho era inspirado nos quadrinhos do mestre Carl Barks, responsável pela invenção de Patópolis e de muitos de seus habitantes, como o Tio Patinhas, o Gastão, os Irmãos Metralha, o Professor Pardal e a Maga Patalógika, entre outros.
Os episódios de Ducktales tinham todos os quês daquele tipo de aventura à Indiana Jones, com muitos mapas empoeirados, relíquias valiosas e cidades perdidas. Ao lado de seus sobrinhos (Huguinho, Zezinho e Luisinho) e do atrapalhado Capitão Boing, Tio Patinhas varria os quatro cantos do mundo atrás de selvas, ilhas e povoados esquecidos, ou seja, qualquer lugar que pudesse guardar um grande tesouro – e uma boa estória.
No Brasil, a série foi exibida pelo SBT e tinha o tema da abertura cantado por Luiz Ricardo, conhecido ainda por ter interpretado um dos tantos Bozos. A musiquinha acabou virando um clássico dos anos 80. Vale recordar e cantar junto:
Aí vem um furacão
Vem emoção
Tem corrida e avião
Tem sensação
Velhos castelos, belos duelos
Ducktales (uh-uh!)
São os caçadores de aventuras (uh-uh!)
Todos eles são grandes figuras (uh-uh!)
Nossos amigos enfrentam
Mas há perigos, e afugentam
Tudo isso acontece em Ducktales (uh-uh!)
São os caçadores de aventuras (uh-uh!)
Todos eles são grandes figuras (uh-uh!)
Por isso a garotada só quer Ducktales (uh-uh!).
7 de set. de 2008
O dia da dependência

3 de set. de 2008
Mãos dadas
A sala de espera do consultório médico, uma pequena tevê ligada na Globo, no Mais você (da Ana Maria Braga), e eu, a poucos minutos de fazer meu teste ergométrico anual. A receita de um bolinho de feijoada, uma entrevista com a "favorita" Mariana Ximenes e o Louro José contando estória. Entre uma amenidade e outra, a Ana Maria exibiu um vídeo, provavelmente descoberto no maravilhoso mundo do Youtube. Os personagens principais: a menina Natalie Gilbert, de 13 anos; o técnico do Portland Trail Blazers, Mo Cheeks; e uma platéia de mais de 20 mil pessoas. Depois do filminho, a loura começou a falar de bons exemplos, solidariedade, liderança... Nem precisava. As imagens já diziam tudo. Ah, o meu exame? No meio do teste, a esteira acelerou e minhas pernas cansaram – mas o coração vai bem, obrigado.
1 de set. de 2008
O nevoeiro
