Não foi uma noite daquelas. Sem números musicais grandiosos, sem as paródias dos filmes indicados (que o Billy Crystal fazia como ninguém), sem as estrelas da música pop soltando a voz pelas melhores canções, sem aqueles velhinhos premiados pelo conjunto da obra recebendo seus troféus no palco, ao vivo, e – claro – sem a vitória de um gigante hollywoodiano como Avatar, a cerimônia do Oscar ficou devendo.
Estava tudo muito low profile, contido, correto, básico. Bege demais. Aquele tom de areia que “colore” a maior parte da fotografia do grande vencedor da noite, o superestimado Guerra ao terror. Ok, ok, o filme tem vários méritos: a direção macho-sensível de Kathryn Bigelow; a performance surpreendente de Jeremy Renner, que foge do estereótipo soldado-herói-americano com a mesma habilidade com que desarma bombas; e o roteiro corajoso, que encara um sujeito “viciado” numa droga pesadíssima, a guerra (um sujeito que pode funcionar como a metonímia de uma nação).
Mas, ainda assim, eu preferia Avatar: o filmaço que vai além da nossa dimensão, do nosso mundinho mais ou menos (embora não deixe de falar de nossas mazelas). Seria ótimo ter visto o esforço épico de James Cameron para criar Pandora e os na'vi – uma jornada que durou mais de dez anos – ser reconhecido pela Academia. Não foi. Paciência. O jeito agora é esperar a próxima aventura do autointitulado Rei do Mundo.
O que mais valeu nesse Oscar foram os prêmios justíssimos para Mo’Nique, a mãe-bruxíssima de Preciosa, e Christoph Waltz, o magnético vilão de Bastardos inglórios, além da homenagem, mesmo póstuma, ao genial John Hughes. Foi encantadoramente nostálgico reencontrar aquele clubinho dos anos 80, liderado pela dupla Molly Ringwald e Matthew Broderick, lembrando as pérolas cinematográficas do diretor e roteirista que sintetizou como poucos as nuances de uma geração. De curtir e emocionar adoidado.
14 comentários:
Eu amo tanto esse blog que resolvi dedicar um selo à vocês, tá lá no meu blog. Passem lá, é com muito carinho.
Abços!!!
O que ficou para mim dessa disputa foi que a "máquina de guerra venceu"; antes um filme que mostre o vício de um soldado por uma guerra e que gesta um anti-herói ao molde USA a um que mostre a minoria oprimida unindo-se em clãs (alô árabes!), enfrentado os milicos inimigos a serviço das megas corporações. Os velhinhos de Hollywoodland não gostam de ideias assim.
De fato, ninguém está falando muito bem do Oscar 2010. Concordo com você quando diz que "Avatar" deveria ter ganhado. É um dos melhores filmes que vi e, infelizmente, não teve o merecido reconhecimento. Nesse ano, posso afirmar que o Grammy foi mais interessante do que o Oscar.
http://cerebro-musical.blogspot.com
americano gosta mesmo desses filmes de guerra onde super valorizem seu exercito ,achei q/ foi muita injustiça c/ avatar
O cara era um apaixonado por cinema, diria até que maluco por ele (desculpe, não resisti...)Não era apenas excentrismo, era paixão mesmo.Quem viu o filme com a história dele sabe disso.
Não vi o filme, mais aprendi alguma coisa com o texto.
o avatar foi a maior decepção desse ano. enganou todo mundo que achou que o filme levaria trocentos oscar, mas ganhou só os técnicos.
abraço
Ainda nçao assisti nem Avatar nem Guerra ao Terror(baixei)e nem acredito na credibilidade dessa Academia,acredito haverem interesses maiores por trás de tudo.Hoje a tarde assisti Onde começa o Inferno de Howard Hanks e me deslumbro ao encontrar genialidade no simples.Parabens pelo blog.Ah se der passa lá no meu http://oficinamissoes.blogspot.com/ . Estou com um conto que tem propostas para virar curta metragem.
Vi o filme, realmente merecia mais, mto bom filme.
coitado do james cameron
Avatar foi bom... mas não foi INACREDITAVELMENTE inssuperavel...Me senti assistindo um "filme de história americana" com os "peles vermelhas" (mudaram umas coisinhas e colocaram bombas e naves....Mas só...)
E eu não posso falar muita coisa por que nem assisti o Oscar...Mas avatar eu assisti...Foi bom....mas não muito.
Fábio e Fernanda, vcs bem que podiam liberar o feed do blog... ;-)
Não curto Oscar. Mas as vzs vejo uns filmes.
Pela revolução de efeitos do "Avatar", merecia; mas creio que o melhor prêmio é o tempo, a reação das pessoas - apesar das estatuetas valerem como selo de qualidade.
abç
Pobre Esponja
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