15 de jul. de 2009

Festa de arromba

Eu tenho tanto pra lhes falar, mas só num post não sei dizer – como é e foi grande o nosso Roberto, outra vez em sua carreira de jubileu, mas pela primeira vez no palco dos maiores craques do planeta. Pela primeira vez! o maior do Brasil no maior do mundo. Coisa bonita, coisa gostosa de ver e sentir essa força estranha no ar: o Maraca se enchendo aos poucos com os nossos pais e mães e tias e primos e avós, com aqueles que começaram e terminaram namoros, fases, vidas ao som do Rei. Nós também ali, aguardando nas cadeirinhas brancas, binóculos e lanches comprados, ventinho insistente nos deixando apreensivos. Chuvisco. Capas de chuva prudentemente adquiridas. Muitas “olas” seguidas, afinadas, pra disfarçar a espera. Quase na hora, Eri Johnson convoca a plateia para cantar – uma, duas, três vezes – nossa óbvia declaração ao dono da festa: “Como é grande o meu amor por você”. Ele sabe, ele sabe. Mas não custa repetir, reforçar, desejar: vem, Roberto – pode vir quente que nós estamos fervendo!...

Como digna majestade que é, Roberto atende a seu povo e adentra o palco, charmosíssimo, na aparição azul de um calhambeque – bi-bi! Nunca o tradicional abre-alas “Emoções” refletiu tão bem o doce nervosismo do Rei. Vai dar tudo certo, Roberto, como dois e dois são cinco: canta suave as canções que você fez pra mim, pra todos nós. Ele canta. Amante à moda antiga, delicia-nos com os clássicos da fofura “Eu te amo, te amo, te amo” (“Eu também!”, responde a plateia em coro), “Além do horizonte”, “Amor perfeito”, “Detalhes” (momento banquinho-e-violão) e “Outra vez”. Mas uma carreira de cinquenta anos não é feita só dessa grande família de vozes que o acompanha. É preciso saber viver cada cantinho da vida em cada um dos outros cantinhos. Carinhosamente emocionado, o anfitrião volta às raízes com “Aquela casa simples” e homenageia pai (“Meu querido, meu velho, meu amigo”), mãe (“Lady Laura”), outra mãe (“Nossa Senhora” – com direito a cascata de luz) e Maria Rita (“Mulher pequena” – para minha total alegria de baixinha). Voz doce e serena, coisa delicada, coisa de coração grande.

Algumas curvas depois de “O calhambeque”, no meio da labuta de “Caminhoneiro”, o tempo para na contramão e a chuva desaba. As capas que ainda resistem na bolsa são exasperadamente vestidas. Público ensopado, encharcado, enxaguado e tudo que existir de adjetivo pingante no idioma. Por dez minutos ficamos apenas sentados à beira do show, debaixo do splish splash, aguardando o Rei voltar para o resgate. E acha que com isso estamos sofrendo? Se enganou, meu bem: tudo ainda muito certo como dois e dois são cinco, cinquenta anos de estrada, setenta mil vozes na plateia, um milhão de amigos no peito, talvez alguns bilhões no mundo. Roberto volta para nós, agora pra ficar; e, após a fossa de “Do fundo do meu coração”, canta côncavos e convexos numa enxurrada de músicas safadinhas (“Proposta”, “Seu corpo”, “Os seus botões”, “Café da manhã” e “Cavalgada”). Foi bom para nós? Foi, Roberto: não pare. Aos acordes de “Amigo”, já pressentimos que vai ter novidade. E tem: Erasmo Carlos interrompe a música para, do telão, declarar-se ao irmão camarada. Choradeira dupla. Ao Tremendão (já no palco) e ao Rei, junta-se a Ternurinha. Eles são terríveis! Depois das canções em conjunto, Roberto põe mesmo pra derreter num pout-pourri da Jovem Guarda. E, para nossa pré-saudade, abraça-nos com a macia “Como é grande o meu amor por você”, dá-nos a última lição em “É preciso saber viver” e faz sua prece agradecida em “Jesus Cristo”. Fogos, muitos fogos. Rosas, muitas rosas. Acabou – mas são coisas muito grandes pra esquecer. Um soluço e a vontade de ficar mais um instante. Ele é o bom, é o bom, é o bom – demais!...

31 comentários:

Unknown disse...

poh respeito sua opinião, mas particulamente acho ele bem chato!

Luan Ribeiro disse...

Mesmo sendo roqueiro maluco, tenho que admitir: o cara é o bom!
As músicas da epoca da jovem guarda me embalam, mesmo não tendo vivido a época.
Não sou muito fã das musicas lentinhas, dos ultimos 20 anos, mas as do começo, junto com o Tremendão.. muito boas!
Viva o Rei!

blog disse...

Vi apenas um trecho do show, mas o que vi achei melancólico, como se estivesse anunciando o fim da carreira.
Enfim, poderiam ter inovado, mas preferiram manter o esquema de sempre, não é?

Ipsis

Unknown disse...

Eu fui foi muito bom cara

TiriLox disse...

Tem que respeitar né?Querendo ou nao

Karina Kate disse...

Parabéns para o nosso Rei, pelos 50 anos.

Inez disse...

Poxa cara eu vi pela TV sentindo uma tremenda frustração porque eu queria estar lá.
Se os jovens gostam de Roberto Carlos imagine eu que sou da época da Jovem Guarda.
Acho que idependente de idade todo mundo tem uma música de Roberto Carlos na trilha sonora de sua vida, afinal ele é de fato e único grande Rei do Brasil.
Parabéns pelo post.

Unknown disse...

clap clap clap clap... som de palmas para quem escreveu.

Genial, esqueça o show, esqueça o roberto carlos e preste atenção na leitura.

Falo isso para o próximo a comentar apenas pelo título.

As primeiras linhas me trouxeram uma risada "mas num só post, nao sei dizer" e precisei continuar lendo.

Genial a maneira que tu descreve o show, que tu explica o que aconteceu, usando trechos das músicas do cara.

Parabéns a quem escreveu, me surpreendeu.

Uriel Gonçalves, diretor geral do DeGaragem.com
www.degaragem.com

. disse...

Viva o rei!! hehehe
Muito bom e interessante o seu blog!
Parabéns!

Acesse o nosso blog e deixe sua opinião:

http://esporteporminuto.blogspot.com

Abraço.

Vini e Carol disse...

Pra quem gosta, deve ter sido um showzão mesmo.
Pra quem não curte, foi só mais um.

Eu que não curto, acho que foi só mais um, mas é legal ler opiniões diferentes.

Ficou legal seu texto!

Abraço.

Anônimo disse...

eu adoro Roberto Carlos!

CAMILA de Araujo disse...

Eu curtia o Roberto dos anos 60/70; da época do Splish Splash e calhambeque.

www.teoria-do-playmobil.blogspot.com

Ana Célia disse...

não sabia que foi a primeira vez de Roberto Carlos no Maracanã...não gosto mto do estilo dele, mas admiro.

Unknown disse...

roberto carlos...e um mito na nossa musica...não assiti ao show pq não sou fâ...mas eles deveriam ter achado otro lugar para o show...pq acabou com o gramado do campo...

Inez disse...

Roberto Carlos é o Rei,não se pode negar, afinal 50 anos de carreira com muito sucesso não é pra qualquer um.

Renata Bertolini e Eduardo Bertoni disse...

O cara é uma lenda, mas na minha opinião, ele tem uma voz meio irritante e é forçado. Mas eu gosto das letras das músicas! Muito bonitas!

Unknown disse...

Muito bom o texto. Nem gosto muito do cantor Roberto Carlos, mas admiro as letras dele em outras vozes.

Um abraço e sucesso.

http://mergulhadonarotinadosconcursos.blogspot.com/

Euzer Lopes disse...

Esperou 50 anos para merecer o grande palco.
Com atraso.
Felizmente seu público (eu, incluído) não precisou de tanto tempo para admirá-lo e coroá-lo como o maior.

Anônimo disse...

concordo em partes.


ótimo blog!
muito sucesso.

Anônimo disse...

Estou ouvindo Roberto rsrsrs

Erica disse...

Festão mesmo!

Wander Veroni Maia disse...

Oi, Fernanda!

Texto muito bonito, viu! Não sou mkuito fã do Roberto Carlos, mas achei que esse show foi uma homenagem em vida a esse artista que é querido por todo o Brasil. Alkém disso, foi um baita presente para os fãs!

Abraço,


http://cafecomnoticias.blogspot.com

Marton Olympio disse...

Pois é.
Eu sou vizinho ao maraca e achei o clima lindo.
As pessoas enebriadas, cantando em coro muito antes dele entrar no palco e tals...
Só aheio Rei frio.
Lendo dicursos no Teleprompter, e com a emoção deveras planejada.
Um show correto, sem supresas e sem o carino que aquela plateia merecia :)

Ponto para a audiência.
Mas o Rei ficou devendo.

http://martonolympio.blogspot.com/

:)

Anônimo disse...

Acho RC mto chato...rs
As músicas dele são até boas...mas ele não consigo aguentar...
Sucesso pro seu blog!

http://caopelado.blogspot.com/

Wander Veroni Maia disse...

Opa! Dá outra vez que tinha vindo aqui não tinha visto o vídeo. O bacana é ver as pessoas cantando as músicas do Rei durante o show. Deve ter sido inesquecível mesmo!

Abraço,

http://cafecomnoticias.blogspot.com

ederDBZ disse...

particularmente acredito que 3 pessoas já deveriam ter se aposentado nos últimos 10 ou 15 anos e não o fizeram: Xuxa, Didi e ROBERTO CARLOS...

o último vive da imagem que construiu na Jovem Guarda (e acredito que tenha sido uma fase espetacular da carreira dele), mas parou no tempo e atualmente só faz os especiais de fim de ano para a Rede Globo.

Porém assisti a este show e fiquei emocionado - talvez porque houvessem talentos que ajudaram-no no final de tudo.
RC pode ter sido "o bom", mas hoje, se você nao for um nostálgico dos bons, terá a mesma opiniao que eu...

Fábio Flora disse...

Uma chuva de emoções como o Maracanã poucas vezes viu. O Rei e seus súditos juntos num calhambeque azul cantando detalhes de um casamento de 50 anos. Coisa difícil hoje em dia um casamento durar tanto. Fernanda, toda molhada, de capa e binóculo, acompanhava todas as canções com aquela alegria que me dá a certeza de que escolhi a menina certa – a mulher pequena que chora, sorri, toma chuva, que vive todas as emoções com a disposição de quem sabe viver. Ela é terrível!

Fernanda Sandrini disse...

Ele é um rei e isso ninguém pode negar, é como o Michael Jackon tem pessoas que não gostam mais o importante é respeitar!
Parabéns pelo blog!
Fiquei muito feliz por vc ter gostado das postagens sobre Friends e muito obrigada pelo comentário no meu blog.
abraços

Neuro-Musical disse...

Como eu queria ter assisto a esse show, mas moro muito longe, em Betim/MG. Mesmo sendo jovem, 15 anos, gosto das músicas do rei e ainda acho elas bem modernas!

http://cerebro-musical.blogspot.com

Anônimo disse...

Eu não gosto do RC.

Luiz Scalercio disse...

cara eu fui ver rc e muito bm mesmo
tem muita mulheres lindas ta.