6 de mai. de 2009

De volta à Terra do Nunca

Há quem torça o nariz para o remake de uma novela, a refilmagem de um clássico do cinema ou a regravação de um hit dos Beatles ou do ABBA. Muitos se perguntam por que mexer no que já é – ou seria – uma obra "definitiva". Não seria melhor investir em algo (supostamente) novo? É claro que o "novo", a experimentação são sempre bem-vindos – revitalizam nossas ideias, nos tiram da mesmice, do piloto-automático de todos os dias. Mas o retorno a bons e velhos lugares, mesmo que repaginados, também tem seu valor.
Há poucos dias, por exemplo, minha prima, uma quase pós-adolescente de 18 anos, me mostrou umas canções da banda inglesa McFly, da qual mal tinha ouvido falar. São quatro rapazinhos que tocam um pop-rock, ou rock-pop, que lembra – à distância – aquele jovem quarteto de Liverpool. Entre as faixas, havia uma com título deveras suspeito: "Don't stop me now". Encurtando a história: a música que ela julgava ser mais um sucesso de seus ídolos era "tão-somente" um cover de um famosíssimo single do Queen! Ou seja: se o McFly não tivesse feito essa rápida viagem ao finalzinho dos anos 70, Ana Paula (esse é o nome dela) talvez não tivesse descoberto Freddie Mercury e cia.
Esse causo não serve apenas para ilustrar o valor de uma regravação, seja ela um cover (com toda a reverência que lhe é peculiar) ou uma releitura (com toda a novidade que às vezes torna o original irreconhecível); serve também – e principalmente – para ajudar a ratificar a importância de uma coleção de CDs que merece todos os fogos de artifício do Magic Kingdom e já chegou a seu sexto volume (com fôlego suficiente para o sétimo): Disney mania – superstar artists sing Disney... their way!
É muito bom – e certamente educativo – ouvir um standard como "When you wish upon a star" na voz (e só na voz, porque à capela) dos meninos do *NSync ou no arranjo pop de Kate Voegele; recordar os acordes de "I wanna be like you" e "Part of your world", ambas em pegadas mais roqueiras, nas vozes e guitarras do Smash Mouth e de Skye Sweetnam, respectivamente; mexer o esqueleto em "Who's afraid of the big bad wolf", com uma releitura rap do B5; ou, ainda, voltar à infância no remix cheio de suingue do Baha Men para "It's a small world".
Superiores ou não às versões originais, todas as canções – especialmente as mais antigas – renascem com vida própria nessa coletânea para um público mais jovem, a geração High School Musical, que, com raríssimas exceções, não teria paciência de tomar um assento naquele DeLorean movido a plutônio (do verdadeiro McFly, o Marty) para revisitar clássicos como "A dream is a wish your heart makes", "The second star to the right" e "Zip-a-dee-doo-dah" – que, cá entre nós, já beiram a melhor idade.

38 comentários:

Nely L. disse...

Nossa, realmente várias músicas e filmes ficam "famosos" novamente após sua reedição!

Júlio Viana disse...

Hoje os jovens estão muito vidrados no hoje e esquecem do ontem.
eu mesmo prefiro as musicas dos naos 70/80/90 do que as musicas de hoje(mas claro que respeito e ate gosto de algumas.Para mim regravar uma canção e fazer dela um sucesso na atualidade é ótimo e ate mesmo apoio esse tipo de iniciativa
Gostei da postagem.
Da uma passadinha la.
http://comosefosseverdade.blogspot.com

Thaissa disse...

Eu acho maravilhoso as coisas do passado! Sempre digo que nasci na época errada, pq meo...eu não consigo gostar de quase nada dessa minha época =/ Parece que tudo era mais legal no passado, tinha mais inspiração! ai coisa linda

E outro comentário...Mcfly é uma bela bosta ¬¬ hiahiohaohioahasas

Bom...seu blog tá lindo, gostei bastante dos seus posts

beijinhos!!!

Veiga disse...

remakes geralmente são mal feitos... mas quando acertam a mão ficam fodas.

Luxus disse...

É sempre confortável apostar no que já deu certo! :D

Janelas do Rosto disse...

Texto bem redigido. Gostei da persuação que vc utilisou...

Fabrício Bezerra disse...

cara texto muito bom mesmo,vc entende mesmo de cultura pop.Eu acho que devem sempre inovar mesmo.Re-makes se não bem feitos são chatos e musicas dosbeatles sempre serão reghravadas até o fim dos tempos

Anônimo disse...

Querido amigo avassalador...
Quando ouvi Abelardo Barbosa, maior comunidador brasileiro do sec XX...dizer: Na televisão nada se cria , tudo se copia.
Achava um pouco de exagero. Hoje, e apos seu post tenho certeza que podemos adapatar a frase ao seculo XXI;
Na midia global nada se cria tudo se copia e/ou se adpata."

Flavi disse...

Tem muita música boa lá atras, as bandas antigas eram realmente talentosas, faziam som de verdade. Dos anos 90 pra cá deixou de existir aquela procura da batida perfeita, arranjos perfeitos, agora é tudo obra de computador, a verdade é que assistir ao vivo show dessas bandas atuais (melhor nem citar nomes) é simplesmente inaudível, só rola batidas repetitivas... O que temos hoje em sua grande maioria, são ídolos fabricados, o que interessa é o dinheiro entrando no bolso, nada mais.Infelizmente.

Caio Ricci disse...

Que blog bacana e bem escrito.Vou procurar o McFly cantando Don´t stop me now...
Parabéns!!

Anônimo disse...

Em remakes pode até sair algo interessante, seria como uma 'nova versão de algum produto', melhor dizendo: um 'carro' com mais novidades. De inicio, ninguem quer levar em consideração o remake, mas o fato de ser moderno faz todos amarem. Já ouvi músicas remakes e até achei legais pois mudam várias coisas e muitos errinhos bobos são consertados, mas novelas, filmes e otras chatices 'remasterizadas', o caso de autoria TEM Q FICAR POR CONTA DO... AUTOR NÉ???? :)

Luciene Mione disse...

Agente tende a mudar conforme o tempo não podemos ficar parado no passado, mais infelizmente esquecer tbm é algo comum na nossa sociedade. Talvez conforme o tempo passa sentimos falta da quela musica e recordamos delas e voltamos no passado novamente.
Abraços

http://pensadoraxd.blogspot.com/

Ana Célia disse...

As vezes regravação d euma música fica mais conhecida, mas as vezes o interprete da nova versão acaba com tudo!É um tiro no escuro...

Ana Paula Moreira disse...

Muitas vezes a música ou o filme ficam mais conhecidos na reedição do que no original. E muitas vezes a reedição fica até melhor mesmo. Depende do gosto, tem gente que gosto do original e pronto. Mas com mais qualidade técnica as coisas feitas pela segunda vez pode ficar bem melhor.

Du Santana disse...

Sinistro isso, me passei até dos remakes de remakes...

Jonh Oliver disse...

raramente alguma regravaçao vai para frente

Inez disse...

Há músicas que merecem e devem ser regravadas, são clássicos dos anos 70, 80, 90.

Chupadores de Pirulito disse...

ÉÉÉÉÉERRRR

Como disseram, raramente uma regravação vai para frente;
Assim como um comentario baseado em outro...
haha.

Tá Bom... Adorei o blog.

Unknown disse...

Dinovo? LOL
sei não viu,o povo não tem novidade e refaz algo que ja foi refeito uma porrada de vez

o pior que faz sucesso

Cesar Higashijima disse...

Pois é... Como eu sempre digo! Música boa de verdade nunca morre... Ela fica eternizada para sempre!
E fazer um cover, uma regravação é bem difícil... São raras as versões que se comparam a versão original...
Só sei de uma coisa... Nos últimos 5 anos pelo menos, não vi nenhuma música com cacife para se tornar um desses clássicos!!

marcos leite disse...

É BOM TER NOVAS MUSCIAS,DE ESTILOS DIFERENTES,PRECISAMOS CONHECER MAIS ARTISTAS!INSENTIVAR OS QUE PRATICAM TAIS ARTES!

Wander Veroni Maia disse...

Oi, Fábio! Vc foi no ponto: as versões ou releituras, mesmo de forma tímida, servem para que os mais novos tenham acesso a uma outra época - isso que é o mais bacana! Parabéns pelo texto.

Abraço,

=]

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http://cafecomnoticias.blogspot.com

Anônimo disse...

Nossa! Nada como a própria Aretha Franklin cantando "say a litle pray for you".
Isso que aconteceu com sua prima aconteceu comigo também quando descobri o próprio Elvis cantando Only you.

João Viana disse...

jah foi um sucesso, talvez não seja para os que viram ele anteriormente, mas para os novos seria uma boa! ;)

palavras ao vento disse...

sempre e bom voltar ao passado e relembrar os velhos sucessos....mul

Bruno C. disse...

bacana teuu blog!! parabénss... quanto ao post, o sucesso ja foii...

taty disse...

parabens pelo seu blog..bastante melhor de bao
rsrs

acessem:http://entradaderaros.blogspot.com/

Nos Pod disse...

concordo. E que lhes fala é a geração high scholl.
apravado

Fernanda disse...

Remakes são sempre bem-vindíssimos, principalmente pelo que o Fábio falou: "nascendo" de novo, uma música (ou um filme, ou uma novela...) nasce também para um novo público, para uma nova geração, que provavelmente perderia muitas oportunidades de conhecer o próprio mundo se ele não lançasse, o tempo todo, uma versão revista e ampliada de si mesmo. Além do mais, é bobagem achar -- respondendo ao que algumas pessoas comentaram aqui -- que se pode ter alguma ilusão de "originalidade" neste planeta, e que a "mídia global" (referindo-se, espero, ao globo e não à Globo) é a vilã de "não termos mais nada" de novo por aí. Homessa, isso sempre foi um fenômeno vivo, e vivo em todas as épocas, séculos antes de os homens sequer pensarem em televisão, em cinema, em globalização. De maneiras e com valores diferentes em cada época, as coisas se repetem, se renovam, se refazem, muitas vezes se aperfeiçoam. Várias obras hoje reverenciadas como clássicos -- e que realmente o são -- não deixam se ser remakes; taí Shakespeare, que não me deixa mentir. "Romeu e Julieta" nunca foi uma história que brotou originalmente da cabecita do Bardo -- mas quem melhor do que ele para relatar as peripécias dos amantes de Verona? E quem se importa se a ópera "La Traviata" tem exatamente a mesma história de "A dama das camélias"? ou o romance "Lucíola", do nosso José de Alencar? E quem se lembra de "Twist and shout" a não ser pela voz e swing dos Beatles? Às vezes a música, a voz, a cena, o verso que lembramos e amamos é também uma refilmagem, uma reescrita, uma refazenda. Acontece. Faz parte do mundo, é o natural dele. Por que seria mau cantar as mesmas músicas ou contar as mesmas histórias, se cada versão recebe uma alma distinta de seu refazedor, ainda que o barro inicial seja semelhante? Por que seria mau fazer mil leituras de um mesmo material, mil vasos de uma única argila, se cada um recebe uma pintura exclusiva? Qual o problema de preparar mil vezes o mesmo prato, seguindo a mesma receita, se a cada vez ele será igualmente apetitoso para quem recebe -- ainda que jamais saia igual, dependendo das mãos de quem tempera? Não há nenhum problema, "neura", sinal de falta de criatividade ou mostra das garras destrutivas da globalização no fato de se fazerem remakes todo o tempo. Pelo contrário: felizmente os fazem. Remakes só serão antigos e ultrapassados para os olhos que não tiverem nenhum frescor. Nos olhos acostumados a ver e aprender e gostar, em se plantando dar-se-á neles tudo... em qualquer safra.

Fabiana Farias disse...

Disney é eterna para mim.. Sempre me pego revisitando so velhos filmes...E as músicas...Sempre lindas, clássicas!! Eu tenho um volume dessa coleção e gostei bastante, mesmo preferindo as versões clássicas. Mas acho que dar uma roupagem nova e apresentar para as gerações de hoje é ótimo!

DouglasFerT disse...

Refilmagens e regravações, em sua maioria das vezes, refletem uma falta de criatividade e ousadia. Mas a nova versão dos clássicos, as vezes, consegue surpreender e superar a original.

Erich Pontoldio disse...

Eu tenho 5 disney mania CDs ... acho muito bom e de muita qualidade

Leo Pinheiro disse...

Se o remake será melhor ou pior não importa. Ele não anula a obra anterior.

Portanto, quem é contra está a favor de menos obras no mundo. Acho burrice!

Bruno Monin disse...

Sempre fui a favor de regravações, ainda mais nos tempos de hoje, onde os jovens só pensam no que tá tocando agora. Claro, é o tenpo deles, mas tem muita coisa no passado que é super bacana de conhecer. Já conheci vários artistas porque os meus atuais regravaram alguma música, e olha que não foram poucas. Se não me engano, o KLB já fez um cd só com regravações, não sei se estou certo.

Sucesso ao teu blog.

Evandro disse...

Os classicos estao com tudo... ultimamente tenho visto muito filmes antigos...

http://jokers.mimhospeda.com/
http://www.radiosagaz.com/

Anônimo disse...

Querido amigo avassalador...
Voce já viu filmes daquele Kurt Russel? canastrão!!! não é mesmo...por outro lado... Jody Foster desabrochou como atriz e diretora de talento...Enfim , pode até acontecer de novo ..mas pelo que tenho visto... vamos ter gerações de Kurt Russel antes de surgir uma Jody foster.

Anônimo disse...

Querido amigo avassalador...
Completando ...
Na musica acontece do mesmo modo ... há que se esperar muito por um Freddie Mercury... enquanto outros vão e vem... fastfood musical? talvez...
Tive a sorte de passar minha adolescencia entre bandas que marcaram a historia... inclusive Queen, e Police... Assisti o nascimento e morte The beatles...não dá pra competir com esses... eles podem ser inspirados por eles... mas só.

Anônimo disse...

Muitas meninas da idade da Ana Paula pensaram que " Beijinho Doce", uma das músicas da novela " A FAVORITA " foi feita par aquela ocasião e, no entanto, é muito antiga. Antiga como eu que fui fã do quarteto de Liverpool.
Marcia Moretzsohn