Um pai na meia-idade, apaixonado por cinema e pelos Beatles, decide mostrar ao filho de 15 anos Os reis do iê, iê, iê, imaginando que ele adoraria a banda, as canções, o filme. Que nada. Jesse acha tudo horrível e ainda diz que John Lennon era o pior de todos. Inconformado, David revira seus CDs até encontrar "It's only love", do álbum Rubber soul, e põe a música para tocar, na esperança de que o filho ouça o que ele ouve. "Eles têm boa voz", Jesse reconhece. Boa voz? "Mas o que você sentiu ouvindo a música?", David pergunta. "Honestamente? Nada. Sinto muito", responde, colocando a mão sobre o ombro do pai, como se o consolasse.
É com sequências como essa, aparentemente banais, que David Gilmour reconstrói um pouco da história real entre ele e seu filho e escreve o – por que não – romance O clube do filme. Diante do total desinteresse de Jesse pela escola, David (sem trabalho fixo, com dinheiro curto e tempo livre) faz ao rapaz uma proposta fora do comum e, por isso mesmo, arriscada: o menino poderia deixar os estudos, desde que assistisse semanalmente a três filmes escolhidos por ele, o pai. Negócio fechado.
Entremeando as desventuras de pai e filho que amadurecem juntos e comentários sobre filmes diversos – que vão do impagavelmente hilário Quanto mais quente melhor, de Billy Wilder, ao inacreditavelmente afetado Showgirls, de Paul Verhoeven, passando por Encurralado, discreta mas preciosa estreia de um jovem cineasta chamado Steven Spielberg –, Gilmour conta sua história com a simplicidade de quem prepara uma bacia de pipoca antes da Sessão da tarde. Traz à cena bastidores de sua própria trajetória e do cinema, como o fato de o diretor Clint Eastwood jamais dizer "ação!", mas um elegante "Quando estiverem prontos".
Sem lançar mão de caríssimos efeitos especiais ou estilísticos, marca registrada da literatura dita pós-moderna (ou será contemporânea, ou pós-contemporânea, ou pós-pós-contemporânea?), O clube do filme não só exibe o bom e velho roteiro com começo, meio e fim, como cativa o leitor com um zoom irresistivelmente agridoce nas chamadas pequenas coisas da vida. Vale o ingresso, digo, a leitura!
33 comentários:
Interessante vou procurar esse romance. Caralho é do Gilmour !!!
vlw pela INF.
Nuss! Imagino se meu pai deixasse eu sem estudos por uns dias pra assistir filme... Eu taria nas nuvens, ou melhor, fora da escola '-'
ahsuhausausha
Olha fiquei sabendo deste filme ha um mês e com certeza vou assiti-lo,mas tenho uma dúvida-o autor David Gilmour é o músico do Pink Floyd?
parece ser ótimo!
Deve ser muito bom.. valeu pela recomendação :D
Poxa, bacana! Fui lendo e achando que era um filme. Já estava pensando em alugar...rs...
Poderiam rodar neh!
Um Abraço!
http://apenas-daniel.blogspot.com/
valeu pela recomendação, vou ver se eu compro esse livro
http://umblogsemnocao.blogspot.com
Seria bacana dispor de um tarde pra acompanhar o filme!
Cara, muito louca essa odéia. Acho que assistir a filmes (bons) ou ler livros em casa pode ser muito mais ítil do que uma escola ruim; mas ela é essencial. Só por essa proposta indecente já vale ver o filme.
abç
Pobre Esponja
Qd leio os seus textos sobre os filmes fica essa vontade incômoda de assisitir logo! rsrsrs
Delicada leitura!
Ah! O comentário, para eu não parecer louca é pra corroborar o comentário lá de cima que falou que já ia alugar! rsrsrs Eu tb pensei!
Mas é livro, eu sei, eu sei! rsrsrsrsrs
Comprei dois livros essa semana, um deles foi este que ainda ñ comecei a ler, mas pelo q vc descreveu tem bem o espírito que espero encontrar na leitura.
E SHOWGIRLS é um de meus filmes favoritos, adorei que ele é citado na história!!!
Abços!!!
Querido amigo avassalador... mais interessante que a proposta do pai ao filho são os titulos escolhidos...Fiquei imaginando que mensagens queria este pai passar ao filho...
Criativo.
Não prometo ler pois estou lotada de ofertas adquiradas na Bienal!
Muito interessante a crítica. Diria que foi profissional!!!
Instigou a ler o livro que, por sinal, está me promoção no submarino!
Bjão!
Há um tempo não passava por aqui!!! Gostei da sua dica, e do modo como foi persuasivo a fazer a galera ler esse livro, quem sabe nao lerei um dia, fora a lista q jah tenho?rsrs
bjs
http://www.pequenosdeleites.blogspot.com
Uma boa pedida, você fez comentários que fazem querer ler já já!!!!
Escrita impecável... Simples, inteligente e envolvente!!! Parabéns!!!
Quanto ao livro nem preciso dizer que me interessei bastante e quando tiver a oportunidade vou procurar...
Abraços
visite meu blog:
www.espectrodeventos.blogspot.com
Ótima indicação, já vou procurar na biblioteca municipal.
Legal
Parece bom, vou procurar esse livro...
http://daniel.a.s.zip.net
AAAAH maldita preguissa de ler...só li o finalzinho...mas isso já bastou ;) Parabéns, não é todos que conseguem fazer um blog escrito...eu já sou meio preguiçoso o meu é só de imagens xD
Abraços ;)
O enredo é interessante!
Parece ser cheio de surpresas...
Gosto de livros assim!
;)
BOA DICA ~~
O eterno conflito de gerações...
Gostei da indicação!
Ótimo texto.
______
http://planetabandonado.blogspot.com/
deve ser bom mesmo o filme. vou procura pra baxa! kkk
Eu não Sabia desse filme, agora quero assistir, deve ser muito bom.
Quanto mais quente melhor é um clássico que me define, até hoje! Showgirls, achei bem fraco...
Muito conceitual e interessante é seu blog, gostei dos contextos e estilos dos posts, muito me define. Há informação, boas dicas e caráter de seriedade aqui, por isso eu vou seguir o blog! abraço
Existem muitas crianças que crescem com os gostos musicais que os pais também tinham. Eu mesma adoro Abba graças a minha mãe, que sempre escutou e os Beatles tbm são peça chave nessa cultura que veio de nossos pais, é questão de gosto!
Humm... interessante vou atras dele!
É um ótimo filme, já assisti, recomendo!
CHINFRAS e TALS
Do David Gilmour..Fato que vou procurar!
www.teoria-do-playmobil.blogspot.com
parece bem interessante
Um dia eu acho.
Adorei a premissa do livro, daquelas ideias que eu gostaria de chamar de minhas. Quem não sonha estudar na escola informal do cinema, como um pequeno estágio de vida que é (tal qual a literatura)? E quem não gostaria de, professormente, deixar um pouquinho de lado as contas e gramáticas para investir na utopia da educação apaixonada? "O clube do filme" já está ali quietinho na minha prateleira, aguardando o próximo coffee break. Ingresso comprado. Assim que eu puder, mergulho na sessão.
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