
27 de jun. de 2009
Um chamado Joãozito

21 de jun. de 2009
Páginas recolhidas

17 de jun. de 2009
De volta para o futuro

12 de jun. de 2009
Cinzinha básico

7 de jun. de 2009
Outro dia especial
3 de jun. de 2009
Oliver e nós
Na última segunda-feira, chegou a má notícia da clínica veterinária: o coraçãozito do nosso Oliver não aguentou os 12 anos e oito meses de idade, as problemices de saúde e parou por volta das cinco, cinco e meia da manhã. Pai, Mãe, meu irmão e eu choramos; Pai, mais desesperadamente. Pai que cuidou dele como se cuida de um filho, com dedicação extraordinária – especialmente de fevereiro pra cá, quando não conseguia mais levantar sozinho e caminhar, por causa de uma fraqueza nas patinhas traseiras.
Não é nada fácil olhar pra casinha dele vazia, pra bolinha jogada no chão, sem vida. Perdemos um pedaço da gente, uma parte mais que importante das nossas vidas. Encerramos outro capítulo da nossa história. Oliver me acompanhou no último ano do ensino médio, na faculdade inteira, no mestrado, nos primeiros anos de profissão. Eu tinha 16 anos quando ele chegou aqui, no colo de Mãe, todo pequeno. É incrível, jamais cheguei a tocar nele, no início tinha até medo. Mas os anos me fizeram entender cada olhar, cada gesto, cada latido. Nos últimos tempos, estive ainda mais perto dele (fisicamente mesmo), sentado ao seu lado, enquanto Pai lhe oferecia a comida, fazia a fisioterapia, trocava os curativos na patinha, dava banho, tudo isso diariamente, como num ritual.
O fato de eu ter convivido com o Oliver e de ter vivido a relação que a família inteira desenvolveu com aquele anjinho que não pedia nada, a não ser carinho (e que a mãozinha de Pai coçasse suas orelhitas sempre atentas), me fez uma pessoa melhor, fez nossa família uma família melhor, de um modo que ainda não sei ao certo. O que eu sei – e agora sei mesmo, (in)felizmente – é que os seres não ficam "encantados", como dizia João Guimarães Rosa. Eles morrem, deixam muitíssima saudade e, se tivermos sorte, uma boa história para toda a vida.