31 de ago. de 2010
Feitiço do tempo
28 de ago. de 2010
Pânico na tevê
21 de ago. de 2010
Meu limão, meu limoeiro
15 de ago. de 2010
Balabanianas
7 de ago. de 2010
Velha infância
31 de jul. de 2010
Crônica de uma morte anunciada
24 de jul. de 2010
De malas (des)feitas
17 de jul. de 2010
It's raining...
11 de jul. de 2010
Jabulani e mais dez
5 de jul. de 2010
Não é brinquedo não
30 de jun. de 2010
Lollipop Guild
25 de jun. de 2010
Superpop
18 de jun. de 2010
Muito barulho por tudo
12 de jun. de 2010
I will
Chegou o Dia dos Namorados, a data em que pombinhos trocam presentes, beijos, abraços e o que mais eles quiserem trocar. O encontro pode ser romântico, pode ser algo brega, pode ser até inteiramente cafona. Depende do senso estético de cada um. Há casais que arriscam noites temáticas, com direito a pétalas da rosa mais vermelha sobre a cama e “Bésame mucho” de trilha sonora...
Pois é. Pensei o mesmo que o leitor: “argh!”. O Dia dos Namorados pode ir além disso. Além da história dos pombinhos. Claro, troquem um milhão de presentes, beijos, abraços e o que mais quiserem (não necessariamente nessa ordem). Mas aproveitem também o Dia – de preferência todos os dias – para recordar (o tal do trazer ao coração) o que fizeram até aquele momento e para sonhar o que farão dali em diante. Juntar passado e futuro no mesmo presente faz um bem danado.
Se esse “presente” ainda for embrulhado com um papel bonito, uma fita elegante e discreta, vale até salpicar um bocado das rosas mais vermelhas sobre a cama. Mas só um bocado. Vale baixar a luz. Vale dar play na trilha sonora. Mas evitando-se “Bésame mucho”, pois – esperamos – esta noche não será la última vez. Que tal uma canção do Elton John? Ou dos Beatles? Ou dos Bee Gees? Roberto Carlos também está valendo.
Eu vou fazer isso. Vou trocar presentes, beijos e abraços. Vou recordar a viagem inesquecível que fizemos, a comidinha diferente que experimentamos, o melhor e o pior filme que vimos. Vou sonhar a viagem inesquecível que faremos, a comidinha diferente que experimentaremos, o melhor e o pior filme que veremos. Com um bocado das rosas mais vermelhas, a luz baixa, uma boa música. Vou fazer isso todos os dias. I will.
6 de jun. de 2010
Noite de cinema
É um pássaro, é um avião? Não, é o maestro Roberto Minczuk subindo no palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, ao lado da Orquestra Sinfônica Brasileira, para reger o tema super-heroico composto por John Williams para o mais famoso filme sobre o filho de Jor-El. Só faltou a capa vermelha.
E não faltou mais nada. A noite começou com a visão do Municipal dominando a Cinelândia. Luzes novas, tintas novas, e o charme nada discreto das coisas antigas. A escadaria, os mármores, os vitrais, os lustres, até os banheiros são uma atração à parte – não só merecem a visita, como muitas fotos.
Voltemos, porém, ao concerto, o tributo a John Williams que valeu tão-somente minha segunda vez naquele teatro. A primeira de fato inesquecível. Depois de sobrevoar Metrópolis, vieram os acordes hitchcockianos de Tubarão, capazes de fazer gelar minha espinha mesmo estando a uma distância segura do mar. Ainda bem que, para diminuir a tensão, a trilha seguinte nos levou até Hogwarts. Cerveja amanteigada na veia.
Terminada a magia da pedra filosofal, os ouvidos ficaram mais jazzísticos, com o tema central de Prenda-me se for capaz, a prova de que Williams consegue escapar da pompa sonora dos épicos sem perder a circunstância das histórias mais intimistas. Mas esse parêntese minimalista durou pouco. Logo Minczuk, como se pusesse o chicote na cintura e o chapéu na cabeça, reiniciou a busca pela Arca da Aliança – a marcha vibrante de Indiana Jones antes do intervalo de quinze minutos.
Na volta (após a aventura dos banheiros lotados), uma paradinha no bar do teatro para comprar água. Copinho de plástico sobre o balcão, e um leve trepidar – tum, tum – fez o líquido tremer. Ninguém mexe um fio de cabelo. A visão do T-Rex é baseada no movimento. Brincadeirinha. Só para dizer que a trilha da vez era a de Jurassic Park, um tema que fascina (quase) tanto quanto os dinossauros de Spielberg.
Em seguida, veio o violino triste, triste de A lista de Schindler, de fazer a plateia tirar os lenços dos bolsos. Felizmente, o clima holocáustico não foi suficiente para levar ninguém até o lado negro da Força. Já os acordes inconfundíveis da Marcha Imperial, regidos pelo próprio Darth Vader (com seu sabre de luz vermelho)... estes, sim, fizeram o público delirar e aplaudir de pé o vilão mais amado (e pop) do cinema.